Parte do texto e imagens foram obtidos e reproduzidos com vénia do sítio da Câmara Municipal da Cidade de Lisboa. Para ver a fonte, prima aqui.
Há uns meses, o sítio da Câmara Municipal de Lisboa noticiou o seguinte:
Lisboa, 10 de Fevereiro de 2017 – O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, acompanhado pela vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, e pelo presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, António Cardoso, inaugurou o busto do general Joaquim José Machado, no largo, com o mesmo nome do homenageado, em Benfica.
Na cerimónia, Fernando Medina sublinhou o momento como uma “justa homenagem a um homem que honrou e valorizou a memória de Portugal bem como da cidade de Lisboa” falando do seu percurso de vida e carreira política do general Joaquim Machado.
Como representante da família, o embaixador Manuel Lobo Antunes proferiu algumas palavras sobre o seu bisavô e de como seria uma figura muito querida e motivo de orgulho para todos os seus. Manuel Lobo Antunes explicou ainda que, o busto, da autoria do escultor António Augusto da Costa Mota, esteve durante muitos anos na embaixada portuguesa em Maputo e que foram necessários muitos esforços e a ajuda fundamental da autarquia para que a obra chegasse a Lisboa e ficasse junto à casa do seu avô.
O general Joaquim José Machado, nasceu em Lagos a 24 de setembro de 1847 e morreu em Lisboa a 22 de fevereiro de 1925. Em 1876 é promovido a capitão e logo escolhido, pelo então Ministro da Marinha e Ultramar, João de Andrade Corvo, para participar numa das duas grandes expedições, que o ministro organizara para empreender o fomento e valorização das colónias de Angola e Moçambique.
Neste contexto, foi responsável, em 1877, pelo planeamento do traçado do caminho-de-ferro de Lourenço Marques a Pretória, projeto do qual foi encarregado pelo presidente da República do Transvaal, Paul Kruger. Empreendeu, igualmente, a construção de uma ligação ferroviária entre Moçâmedes e a Província de Bié, em Angola.
Reconhecido como Comendador e Grande-Oficial da Ordem Militar de Avis, Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, recebeu ainda diversas homenagens em Portugal, Angola e Moçambique.
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Um curto vídeo do evento:
E ainda aqui um interessante comentário de António Lobo Antunes, bisneto do General.
E aqui um resumo minimalista do seu percurso que compilei em 2012.
Independentemente da sua capacidade e genialidade e sucessos nas missões que desempenhou, Joaquim José Machado é e fará sempre parte de um restrito nome de personalidades cujo impacto na formação do que é hoje Moçambique é simplesmente incontornável, em boa parte porque foi bom. A sua família, e quem como eu o estudou minimamente, têm razões sólidas para apreciar este gesto. A sua obra e percurso merecem estudo e conhecimento.
Se eu tivesse que apostar, diria que o busto deve ter vindo ou dos antigos Caminhos de Ferro de Moçambique ou da antiga Escola Preparatória General Joaquim José Machado. Como foi parar à embaixada Portuguesa em Maputo deve ser uma história interessante. E possivelmente incontável.