THE DELAGOA BAY REVIEW

15/09/2018

EDITORIAL DO JORNAL “A VERDADE”, 13 DE SETEMBRO DE 2018

Filed under: Editorial de A Verdade 13.09.2018, Xiconhoca 1977 — ABM @ 1:44 pm

Palavras de ordem do Xiconhoca, 1977, um dos instrumentos da propaganda do então regime comunista de partido único e que manteria esse formato até final dos anos 80.

(Editorial do jornal A Verdade, 13 de Setembro de 2018, actualizado a 15 de Setembro de 2018, editado por mim, aludindo à próxima eleição autárquica, a realizar em Outubro de 2018).

A seriedade de um Governo também se vê nas suas acções prioritárias e, sobretudo, na sua preocupação com o bem-estar do seu povo. Há 43 anos, desde que Moçambique se tornou num país Independente do jugo colonial, o seu desenvolvimento continua a ser eternamente postergado por um grupo de indivíduos que se julga no direito de hipotecar o futuro dos moçambicanos em nome da suposta libertação da nação.

É óbvio que essa “canção” não passa de mais uma música para acalentar a população, enquanto eles prosseguem com as suas agendas de espoliar os moçambicanos. Um exemplo disso é o número de indivíduos ligados à Frelimo que detêm quase todos os recursos e controlam as riquezas do país.

A cada dia que passa, fica evidente para os moçambicanos que o Governo da Frelimo tem estado a apostar no atraso do país. É só olhar actual situação de Moçambique. Os índices de qualidade de vida continuam a deteriorar-se, a economia encontra-se numa situação lastimável e, ao longo de 43 anos, o país não conseguiu ser auto-sustentável na produção de alimentos. O país debate-se com défices notáveis em produtos que poderia produzir para o consumo interno e até ter excedentes para exportar, pois acostumou-se, nos últimos anos, a caridadezinhas, denominadas de ajuda externa, e a importar tudo que consome e, por isso, pouco ou quase nada foi feito para desenvolver a agricultura.

Quando surge uma oportunidade do Governo da Frelimo demonstrar a sua preocupação com as condições em que vivem os moçambicanos, o mesmo direcciona investimentos para sectores que não acrescentam em nada ao bem-estar do povo. Exemplo disso é a decisão do Governo de injectar, este ano, na rádio e televisão públicas, mais de 1 bilião de meticais. Claramente, trata-se de um investimento em propaganda para o partido Frelimo, visto que se aproximam as eleições. Não é novidade para os moçambicanos que a Televisão de Moçambique e a Rádio Moçambique não passam de órgãos de propaganda do Governo da Frelimo.

O mais caricato é que o Governo deixou o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) a tentar desenrascar-se, em acções de emergências durante época chuvosa 2017/2018, com apenas 145 milhões meticais. Ninguém merece um Governo que não se importa com o sofrimento do seu povo. Portanto, esta é mais uma prova do descaso do Governo da Frelimo em relação à população moçambicana.

 

Nota:

“postergar” – verbo
1. transitivo direto: deixar de preferir; preterir, desprezar.
2. transitivo direto: não fazer caso; desprezar, menosprezar.
exemplo: “um governante que posterga até mesmo artigos constitucionais”

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