THE DELAGOA BAY REVIEW

02/10/2018

RANGEL, MALANGATANA, VASCONCELOS E NOGAR NO SCALA EM LOURENÇO MARQUES, ANOS 60

Com vénia a CC. Imagem retocada e colorida por mim.

 

Rangel, Malangatana, Leite Vasconcelos e Rui Moniz Barreto (Rui Nogar). No Café Scala em Lourenço Marques, anos 60. Os Dreamers de um Moçambique que não era nem seria.

14/05/2012

GRAÇA GONÇALVES PEREIRA, A CÔNSUL-GERAL PORTUGUESA EM MAPUTO

Filed under: Graça Gonçalves Pereira em 2012, Malangatana — ABM @ 9:40 am

Graça com Malangatana. Foto rapinada do sítio da Academia do Bacalhau, descolorizada e recolorizada.

Após aproximadamente quatro anos no cargo de Cônsul-Geral portuguesa e Maputo, o desempenho de Graça Gonçalves Pereira continua a suscitar respeito e admiração, ao ponto de alguém ter tido a simpática ideia de criar uma petição online pedindo que ela permaneça mais algum tempo em Maputo.

Que, claro, já assinei (sou o nº38 lá na lista dos cerca de 60 que a esta hora já assinaram).

Já por mais que uma vez referi as qualidades desta senhora, especialmente se se contrastar o seu desempenho e especialmente a sua presença, na sociedade moçambicana (e no caso especial dos portugueses que vivem e trabalham em Maputo e arredores) com a tépida, ineficaz, arrogante e essencialmente invisível presença de quase todos os seus antecessores, embaixadores incluídos.

Já o referi antes: esta senhora já devia ser embaixadora há muito tempo. Basta olhar para o seu CV e o trabalho feito. Mas há muito tempo que me convenci que o ministério português dos Negócios Estrangeiros não é um ministério. É um mistério, no todo e nas partes. A definição de mérito ali não vem de fora, vem de dentro, das suas incestuosas células político-familiares. Neste caso é quase hilariante.

O CV de Graça Gonçalves Pereira. Ela nasceu em 10 de Maio de 1952.

Que mais não seja, fica esta nota, e a petição que refiro acima (que peço a quem estiver dentro do assunto assine) a assinalar o seu trabalho e presença desde Setembro de 2008.

É muito raro aparecer alguém cujo trabalho e personalidade impressionem. E, claramente, quem está em Maputo não quer, com a sua eventual saída, passar novamente de cavalo para burro.

O que, conhecendo a casa, será quase uma inevitabilidade. Mas, de certa forma, ainda bem. A qualidade, ou a sua falta, afere-se mais facilmente quando comparando o que se faz com padrões elevados.

19/02/2012

MALANGATANA E PANCHO GUEDES

Foto da Kitty Viljoen, gentilmente cedida.

 

Suzette Honwana (mulher do Luis Bernardo), Malangatana e Pancho Miranda Guedes

11/02/2012

RICARDO RANGEL E MALANGATANA, ANOS 1960

Foto de João Costa, restaurada.

 

Ricardo Rangel e Malangatana.

23/12/2011

BOAS FESTAS

Dedico a todos os que visitam esta Casa.

05/12/2011

SOBRE AS MINHAS PRENDAS DE NATAL EM 2011

Natal português sem bacalhau norueguês não é Natal.

Que fique registado que este Natal e final de ano assinalarão o início do primeiro annus horribilis português em muitas décadas. Se muito boa gente no rectângulo lusitano atér agora ainda andou a queimar (estupidamente, na minha visão reconhecidamente prudente e conomicista) os últimos cartuchos em termos dos seus cada vez mais duvidosos empregos, das suas poupanças ou ainda do que restou dos subsídios de desemprego e – apesar de tudo – o corte de apenas um dos “subsídios” salariais para quem trabalha no “sector público”, daqui a um ano será radicalmente diferente. Para muito pior. Ao ponto de parecer que as forças policiais, linha de frente da ordem e paz domésticas, senão da chamada legalidade democrática (whatever that may mean) se preparam para eventuais perturbações sérias da ordem pública em 2012, treinando e comprando mais uns cassetetes (uma palavra francesa que elegantemente descreve um pau para dar nos cornos a quem não acate a ordem dum agente da nossa segurança).

Há muito que eu simplesmente sublimei o lado material do espírito natalício, que tende a ser um exercício de desperdício caro, para outros e especialmente para mim. Para dar um exemplo, há dois anos, alguém ofereceu-me uma máquina de filmar de vídeo Sony do melhor que havia. Usei-a uma vez, para filmar a festa de aniversário do piriquito de um amigo.

Isto para dizer que, especialmente hoje em dia, dada a massificação das comunicações e o seu preço menos usurpador, um simples email ou um telefonema para mim é, felizmente, mais do que suficiente – uma coisa simples, pois apresentações em filmes e apresentações elaboradas em Powerpoint que não acaba e passo o Natal a tentar responder ao que recebo, habitualmente sem grande sucesso e às tantas irritado.

Uma consequência adicional do crescente uso e facilidade no envio de mensagens electrónicas, adicionalmente, é que, ao contrário de antigamente, quando as pessoas compravam cartões e prendas, que dava trabalho e custava dinheiro, hoje qualquer pessoa manda um cartão de Natal electrónico a qualquer pessoa. As empresas, no que considero uma medida que faz todo o sentido, estão a migrar para o formato electrónico, o que poupa dinheiro e árvores e trabalho e vai dar ao mesmo. Mas aí está outro perigo. Outro dia recebi (e já estou a receber, não percebo porquê) um cartão de Natal do Banco Santander, onde nunca tive conta. É bonito, todo encarnado, e a nevezinha electrónica, que também arranjei premindo uma opção qualquer há um ano, também existe neste blogue.

Claro que se algum amigo mais abonado quiser, sugiro que não me dê nada de electrónico, nem roupa nem útil. Tudo isso, admito, tenho.

O que eu gostava mesmo de ter é o quadro em baixo, do Senhor Malangatana, que vai a leilão nos meus amigos do Palácio do Correio Velho, em Lisboa, que de vez em quando me mandam uma mensagem a dar conta do que vão leiloar. Este leilão então é um luxo, tem um pouco de tudo, vários Malangatanas e até um Arpad-Szénes a preço de saldo.

Este, dizem os especialistas, deverá ir por entre uns meros 10 e uns mais substanciais 20 mil euros, mais Ivas e alcavalas.

Ah, mas que prenda seria. Chegar a casa e dar de caras com uma obra do Mestre.

Claro que, até lá, esperarei sentado ficarei a apreciar aqui esta imagem da obra do nosso grande Mestre de Moçambique, que ele pintou em 1982, cujas cores e caras menos enfadonhas que o habitual, me seduziram.

 

Malangatana, 1982. Ora eis uma prenda de Natal. Alternativamente, mande-me um email simples. A simpatia e amizade não têm preço. Se quiser ver a obra em tamanho maior, prima na imagem duas vezes com o rato do seu computador.

07/06/2011

OS 75 ANOS DE MALANGATANA EM LISBOA

Filed under: Arte Moçambique, Malangatana — ABM @ 5:19 pm

Capa de um livro sobre o pintor editado em Évora.

Ontem o pintor Malangatana fez anos. Sobre o evento, a que infelizmente não pude assistir, copio de um texto da Lusa, em baixo. Saliento no entanto algo de estranho que não sei bem o que quer dizer, sobre o sonho da mãe de Marcelo R de Sousa. Não percebi lá muito bem o contexto daquilo tudo. Mas se calhar sou só eu.

O texto da Lusa:

Vários amigos e familiares do falecido pintor moçambicano Malangatana reuniram-se segunda-feira no Teatro São Luiz, em Lisboa, para contar histórias e memórias do artista, mas, principalmente, homenagear aquele que é considerado o melhor pintor africano. segunda-feira, no dia em que comemoraria 75 anos, numa homenagem organizada pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e pela Câmara de Lisboa, amigos e familiares recordaram o artista, mas também os seus sonhos.

Alfredo Caldeira, da Fundação Mário Soares, disse que “evocar Malangatana é sobretudo celebrar a vida”. O representante daquela fundação lembrou que conheceu o pintor moçambicano quando “se pôs a hipótese de preservar a sua extensa coleção de fotografia” e, desde então, “sempre tiveram uma relação fraterna”. Apesar da morte do pintor, de doença prolongada, a cinco de janeiro, a Fundação Mário Soares mostrou-se hoje disponível para “continuar o trabalho” de recolha de arquivo. “É nosso projeto criar o site do projeto Malangatana até ao final deste ano e no primeiro ano do seu falecimento queremos fazer uma boa exposição sobre a Casa Sagrada em Maputo”, avançou Alfredo Caldeira.

O filho mais velho do pintor, Mutxine Ngwenya, lembrou por sua vez as “aventuras de comboio” que fazia com o pai, quando tinha três, quatro anos. “Não eram só turísticas como eu pensava que eram. Basicamente os
companheiros de viagem do meu pai no comboio eram membros da Frelimo na
clandestinidade. E eu ia bebendo a conversa sobre a resistência,
cultura: sobre Moçambique”, recordou Mutxine Ngwneya.

O também representante da Fundação Malangatana lembrou igualmente “o sonho” que o pai “não conseguiu concretizar em vida: a criação da sua própria fundação”. Apesar dos primeiros passos em 2008, faltou o espaço físico – “Malangatana queria construir a sede na sua terra natal” – e nunca chegou o financiamento para concretizar o projeto do arquiteto Pancho Miranda Guedes, como “desejava”. A última obra de Malangatana – a pintura de um Fiat 500 que está em leilão aberto até julho – foi “a forma que o pintor criou para encontrar os primeiros meios financeiros para apoiar o seu sonho”, disse Mutxine Ngwneya.

O filho do artista prometeu também levar para a frente a missão da Fundação: “Vamos lutar para conservar e preservar o espólio de Malangatana, vamos conservar o espólio que deixou à Fundação e todas as peças que pertencem a família. Só isso é que permite divulgar e permitir que gente de todo o mundo se debruce sobre aquilo que foi a sua vida e obra e que a estude, critique e analise”.

Também o conselheiro de Estado Marcelo Rebelo de Sousa contou um sonho que teve com a sua mãe, no qual esta lhe explicou as conversas que teve com o pintor. “No sonho, a minha mãe perguntou-lhe o que é que sentia olhando para trás, cá para baixo. Ele respondeu que tinha gostado de tudo, dos novos, dos velhos, da luta pela independência, da emancipação das mulheres. Mas que o melhor do mundo era as crianças”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Ainda a presidente da Cinemateca, Maria João Seixas, lembrou a primeira vez que conheceu Malangatana, as vezes que foram ao Cineclube em Lourenço Marques (atual Maputo) e as vezes que a ensinou – e incentivou – a dançar. Malangatana Valente Ngwenya nasceu a 06 de junho de 1936 em Matalana, uma povoação do distrito de Marracuene, às portas da então Lourenço Marques. Nos últimos 50 anos foi também muito mais do que pintor. Além das artes plásticas, foi poeta, ator, filantropo e até deputado, da Frelimo, partido no poder em Moçambique desde a independência.

18/01/2011

O INÍCIO DE 2011 EM DEZ ACTOS

O ano de 2011 começou bem – ou não?

Or veja-se a minha curta resenha:

1. Depois de uma série de distúrbios na Tunísia, o presidente do regime que o mantém há 23 anos, fugiu. Falta ver o que é que o regime vai fazer a seguir. Diz que vai fazer uma eleição. Mas depois de uma ditadura de 23 anos, o que é que se pode eleger? À primeira vista assunto pouco relevante, mas levanta questões quanto a outros países onde situações com algumas semelhanças existem.

2. O Sudão ensaia uma partição na linha Norte-Sul. Com o petróleo, no meio, por resolver. Hum, tirando a Eritreia, quando foi a última vez que uma nação-estado ao estilo pós-colonial africano fez isto, e viveu para contar a história?

3. Parece não haver maneira de a Costa do Marfim ir ao lugar. O habitual problema: ou se aldraba, ou simplesmente não se liga às leis e aos compromissos eleitorais. No fim, o poder fica na rua, ou com obscuros militares, talvez o menos desejável dos resultados. E uma lembrança da fragilidade dos sistemas e das instituições. E da atitude.

4. Enquanto isso, Jeffrey Sachs, académico e bardo-mor de uma certa forma de desenvolvimentismo chique de Manhattan, que parece que só ele parece saber o que é, elogiou a taxa de crescimento do PIB moçambicano e preconizou em Maputo esta semana finda coisas fantásticas para vir, juntamente com algumas verdades de La Palisse, como aquela de se ter que renegociar alguns contratos milionários para algumas multinacionais e de se ter que ter mais cuidado com as concessões de terrenos agrícolas. É sempre bom ver a realidade de Moçambique quando se vê através de uns relatórios em Nova Iorque.

5. Já Prakash Ratilal, agora tornado banqueiro mercurial e mais próximo do terreno, não é tão optimista quanto aos próximos tempos. Ele lá sabe, e tentou explicar porquê. Bombásticamente, o jornal lisboeta Público de hoje cita umas linhas do que ele disse e cobriu tudo com o relativamente bombástico título ” o modelo económico moçambicano não é sustentável”. Bem, é e vai ser enquanto metade das despesas públicas do Estado moçambicano continuarem a ser generosamente pagas pelos infames estrangeiros, juntamente com um cocktail de “soft loans” e pacotes de ajuda e ainda doses industriais de investimentos extratcivos e de infra-estruturas. Os pobres assim não morrem, os ricos ficam mais ricos e os doadores dormem melhor. É assim há quase trinta anos. É a situação win-win-win. À moçambicana.

6. Esta semana foi revelado que, para além da actual autêntica rapina das florestas moçambicanas, realizada neste caso por –surpresa! – a empresa chinesa Tienhe Ldª, parceira da igualmente chinesa Miti, Ldª, os moçambicanos, ao apreenderem uma remessa ilegal de nada menos que 161 contentores de madeira em bruto (leia-se: cento e sessenta e um contentores) após uma inspecção (por denúncia) de um navio atracado em Pemba, encontraram lá dentro de um deles (e aqui cito a sempre inquestionável AIM) “126 dentes de marfim, uma ponta de rinoceronte, animal em extinção no país, carapuças [sic] de pangolins, peças de arte fabricadas com base em marfim e excremento de elefantes”. Portanto no mínimo mataram uma manada de elefantes, um rinoceronte e tiraram os carapuços aos pangolins. A contínua matança dos animais de Moçambique para decorar as casas dos chineses e o genocídio florestal em curso em Moçambique há muito que deixaram de me surpreender. No fundo é como aquela  história dos fumos corrosivos da Mozal que só corroem os centros de tratamento, mas não os pulmões dos Maputianos. A história do excremento de elefante é que é uma novidade para mim. Contrabandear excremento de elefante para a China? para quê?

7. Na frente espiritual, o Vaticano lá encontrou e validou um “milagre” que justificasse a beatificação do genial João Paulo II, a ser formalizada a 1 de Maio, dia que nos países outrora conhecidos por comunistas celebram os trabalhadores (para variar os americanos celebram o trabalho, no início de Setembro). Agora procura-se mais um milagre para a santificação. Eu acho que, por uma questão de desburocratização administrativa do processo, devia-se reverter para o sistema moçambicano de decretar heróis, ou o velho processo dos romanos, em que o imperador tinha o direito de proclamar fulano ou cicrano deus. Assim arrumava-se o assunto de uma vez com um papel.

8. Em Portugal, a campanha presidencial assume foros de patético. Em parte porque ninguém percebe bem o que é que um presidente pode fazer para lidar com o crescente clima de recessão. Todos suspeitam que não pode fazer nada a não ser possivelmente piorar as coisas. Felizmente o suplício acaba no próximo fim de semana, após o que a crise poderá continuar. Para já, todos os impostos dispararam mas só daqui a uns seis meses é que se vai começar a sentir o embate. Mas as apostas para a queda de Sócrates são mais curtas.

9. Regressados os restos mortais do saudoso Malangatana a Moçambique, ele foi sepultado na sua terra natal com a pompa e o respeito devidos. Já em Portugal, onde ele morreu, foi tratado com o mesmo respeito. Em Maputo, até o Eduardo White se deu ao trabalho de preparar algo para ser lido na cerimónia do enterro, com alguma ajuda da Lucrécia Paco. Assim, até apetece morrer.

10. Roberto Chichorro inaugura uma exposição da sua arte no próximo dia 21 numa galeria de arte em Cascais. Pelas 21:30 horas.

Olhando bem lá para cima, já me começa a parecer que 2010 foi há uma vida.

07/01/2011

MALANGATANA – IN MEMORIAM

Filed under: Arte Moçambique, Malangatana — ABM @ 2:14 pm

A minha despedida de Malangatana esta manhã, em Lisboa, no Mosteiro dos Jerónimos.

O exterior do Mosteiro dos Jerónimos.

Uma das entradas para o monumento.

Os restos mortais de Malangatana em câmara ardente.

O caixão contendo os restos mortais de Malangatana.

Algumas das flores em memória e homenagem a Malangatana.

Aspecto do corredor junto do claustro do Mosteiro, que dá acesso à sala onde Malangatana se encontra em câmara ardente.

06/01/2011

MALANGATANA

Filed under: Arte Moçambique, Malangatana — ABM @ 3:10 am

Como eu me lembro dele, no Núcleo de Arte, quando andavam lá o Jorge e Zéca Mealha, nos anos 60.

5 de Janeiro de 2011

A propósito do falecimento hoje do pintor moçambicano, isto foi o que saiu no The New York Times de hoje:

Mozambican Artist Malangatana Ngwenya Dead at 74

By THE ASSOCIATED PRESS
Published: January 5, 2011

Filed at 11:04 a.m. EST

LISBON, Portugal (AP) — Malangatana Ngwenya (Mah-LANG-gah-tah-nah en-GWEN-yah), a Mozambican painter, poet and politician who became one of the African country’s most famous artists for his work drawing on the country’s rocky history, died Wednesday, a Portuguese hospital said. He was 74.

The Pedro Hispano Hospital in Matosinhos, Portugal, said that Ngwenya died there after a prolonged illness but declined to provide further details.

Jorge Dias, a close friend of Ngwenya, and former curator of the National Museum of Art in Mozambique’s capital, remembers Ngwenya as a great storyteller.

“He had a massive collection of stories about Mozambican history. I learned a lot of our history from him,” Dias told The Associated Press from Maputo.

Inspired by Mozambican culture and history, as well as his own personal life, Ngwenya was not only an artist, but also a musician and philosopher, Dias said.

Ngwenya left school at 11 when Mozambique was a Portuguese colony, and first worked as a shepherd and a tennis club ball-boy before taking up night classes and developing an interest in art.

Ngwenya took up painting and held his first solo exhibit in 1959. His work drew on Mozambican history, including the colonial period, the fight for nationhood and the civil war that broke out after the country’s 1975 independence, and often portrayed human suffering and heroism.

He supported Mozambique’s independence struggle and was jailed for 18 months by the colonial authorities.

Dias describes the renowned artist as “the father of Mozambican art”, influencing practically every local artist who came after him with his “ethnic impressionism”.

His work was exhibited in various foreign countries, including at the Smithsonian’s Museum of African Art in Washington D.C.

Ngwenya was a Mozambican lawmaker from 1990-1994.

Portugal’s President Anibal Cavaco Silva paid tribute to Ngwenya’s “role in the fight for democracy and the improvement of the living conditions of the Mozambican people.”

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